quarta-feira, 10 de setembro de 2008

RELEITURA

Símbolos, símbolos e mais símbolos... O pai da psicologia moderna, Carl G. Jung, já dizia: os sonhos são uma construção de símbolos. Curioso pensar quem, sei lá como ou quando, deu ao homem o inconsciente - uma fatia capaz de revelar de maneira metafórica o que não sabemos explicar sobre nós mesmo.

Foi pensando nas linguagens cheias de mistérios da psicologia que a banda The Who produziu mais uma ópera rock, mas desta vez intitulada Quadrophenia. O nome do álbum uma variante da palavra esquizofrenia e na história dos Who está associada a uma doença de múltiplas personalidades.

Para apimentar a discussão, existe também o filme baseado no álbum do Who, que conta a história de Jimmy, membro de uma gangue mod que está em constante disputa com uma outra trupe - a dos rockers. Neste vai e vem de adolescentes dos anos 60, num feriado de três dias, as duas gangues descem para a cidade litorânea de Brighton para o confronto definitivo.

O filme, inspirado na ópera do Who, é uma reflexão sobre a Grã-Bretanha pré-Tatcher, documentando o narcisismo movido a anfetaminas da cultura jovem dos anos 60. Já no álbum duplo do Who, de 1973, o protagonista sofre de personalidade quádrupla, cada uma delas associadas a um integrante real da banda.

O encarte do álbum Quadrophenia traz as descrições: Um cara durão, um dançarino incapaz é Roger Daltrey; um romântico, John Entwistle; um maldito lunático, Keith Moon; um mendigo, um hipócrita, Pete Townshend.

Danados estes artistas, mais uma vez utilizando-se de coisas da memória da cultura para compor algo de extrema originalidade.

Cláudia do Canto - cacau@alltracks.com.br

2 comentários:

Anônimo disse...

Álbum muito bom por sinal.

Anônimo disse...

É mesmo, só não é melhor que o Who's Next.

 
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